terça-feira, 18 de outubro de 2011

Doença do Carrapato

Com o fim do inverno, pulgas e carrapatos voltam com força total. Cuidado com essas pragas, pois transmitem doenças! Vejam abaixo o interessante artigo do site Dog Times sobre a Ehrlichiose, a "doença do carrapato":




É causada por um parasita chamado Ehrlichia canis. Seu ciclo de vida envolve tanto animais invertebrados (o carrapato marrom do cão) quanto vertebrados (cães). A partir de um animal doente: um carrapato sobe no cão e resolve chupar seu sangue. Junto com o sangue vem a ehrlichia que passa a se alojar dentro do carrapato. Lá ela se desenvolve e quando o carrapato vai sugar novamente o sangue que poderá ser de outro cão (ou até do mesmo) ele joga para dentro da corrente sanguínea novas ehrlichias junto com sua "saliva anticoagulante". Sendo assim, um cão contaminado pode disseminar a doença para todos os cães da redondeza.
As Ehrlichias são organismos parasitas obrigatórios e precisam das células do hospedeiro para se desenvolver. Sendo assim atacam as células de defesa do organismo (leucócitos). Para quem entende ou é mais curioso: Células mononucleares, linfócitos e raramente neutrófilos e também plaquetas.


FASES DE DESENVOLVIMENTO

A doença apresenta 3 fases:

1) Fase Aguda - os sinais clínicos podem aparecer de 1 a 3 semanas após a infecção mas geralmente são brandos e não chamam a atenção do proprietário : depressão, letargia, anorexia, perda de peso e até febre. Na maioria das vezes, se o animal não tiver uma carga significativa de carrapatos, o estado geral de "tristeza" parece uma fase na vida do animal e como é autolimitante (se resolve sozinha) o proprietário muitas vezes não desconfia do que está por vir. Nesta fase da doença ainda se encontra carrapatos no animal.

2) Fase Subclínica - pode durar de 6 a 10 semanas mas alguns animais permanecem nesta fase por meses e até anos. Nesta fase não há sintomatologia e o animal parece estar muito bem de saúde. 

3) Fase Crônica - geralmente não se encontra mais carrapatos nesta fase (por isso às vezes não se desconfia da doença). Esta é a fase onde se encontra a maior expressão de sinais e sintomas: depressão, perda de peso, anemia, abdomen sensível, aumento do baço, fígado e linfonodos (mas não muito evidente), pequenas hemorragias puntiformes na parede abdominal e ponta de orelhas e nas mucosas (vaginal, peniana, conjuntiva ocular...) também podem aparecer, edema de membros e infecções secundárias. Como as Ehrlichias atacam as células de defesa do organismo, este não tem como se defender de outros organismos chamados de oportunistas porque aproveitam que o animal está debilitado para se instalar. Por isso, se você desconfia que o problema do seu cão é uma pneumonia mas ele nunca fica bom ou fica por causa dos remédios mas logo aparece outra infecção em outro lugar ou até recidivas. O organismo dele está indefeso pela ação da Ehrlichia. Além disso ele ataca as plaquetas que participam da coagulação, daí as hemorragias dos capilares. E olha que você só vê os capilares da pele. Imagine que isso também acontece nos pulmões, articulações, rins......se atingir o cérebro, pode causar meningite.
Dá pra ver que o quadro é sério e bem feio, né? Mas, como eu digo sempre, biologia não é matemática e muitas vezes os cães não apresentam sinais como as hemorragias ou o aumento do fígado, o que pode confundir o mais experiente clínico.


DIAGNÓSTICO

O diagnóstico geralmente é dado em um conjunto de informações como a história do animal, os sintomas, os exames de sangue completo e sorologia.
É muito difícil encontrar um exame de pesquisa de hematozoários (pesquisa da Ehrlichia no sangue) que dê positivo. Isso porque a fase onde ela mais se encontra no sangue é justamente a aguda, quando o proprietário muitas vezes não pensa que o animal possa estar realmente doente e não leva ao clínico. Este último por sua vez, se não tiver um histórico onde possa suspeitar de ehrlichiose, dificilmente pensará em mandar fazer o exame e ainda: pasmem! algumas vezes o clínico suspeita mas o proprietário acha impossível que seu cãozinho tratado à pão de ló possa ter carrapato e se recusa a fazer o exame.

IMPORTANTE: se o cão vai na rua uma vez que seja por 2 minutos, ele TEM chance de ser infectado por bactérias, vírus, pulgas e carrapatos! caso contrário, não haveria necessidade de vacinar os cães de apartamento! Portanto, todo cuidado é pouco!


TRATAMENTO

O tratamento existe, é à base de drogas e quanto mais cedo começar, mais chances de recuperação o animal terá.


PROFILAXIA

Eliminar todos os carrapatos dos seus cães, dos cães da sua família, dos vizinhos e amigos. Lembre-se você pode tratar seu amigo muito bem mas se o seu vizinho deixa o cão dele com carrapato, os carrapatos podem ficar pelas dependências comuns do seu prédio e um belo dia se agarrar no seu cão.
Se tem uma casa que você freqüente com o seu cão, procure saber se eles fazem controle de parasitas externos como carrapatos e pulgas (que transmite um verme intestinal) lá. Não custa nada perguntar e seu amigo merece este cuidado extra.

Colaboração da Dra. Claudia Youle
cyoule@uol.com.br


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